Avaliando desempenho com análise de valor agregado
Tenho insistido muito na
importância do planejamento. De fato, é um assunto de extrema importância, pois
é a partir do planejamento que construímos toda a base do nosso negócio,
definimos estratégias, o que fazer, como fazer e até, se algo der errado, como
devemos nos comportar. Sem planejamento nosso negócio fica como um barco à
deriva.
Parafraseando Peter Drucker (pai
da administração moderna), o Planejamento não é uma previsão do futuro e sim
implicações futuras de decisões tomadas no presente.
É importante que os profissionais
de planejamento tenham em mente que planejar não é só elaborar um cronograma!
Existe um universo de outras coisas a serem observadas e consideradas.
Dito isso, vamos ao foco desta
publicação. Como avaliar se nosso empreendimento está indo bem ou mal? Será que
o que foi planejado está sendo cumprido? Ou até mesmo, será que planejamos
certo? Existem várias ferramentas para avaliar desempenho. A análise de valor
agregado está entre as melhores práticas neste quesito e, particularmente,
gosto muito da avaliação que podemos obter através deste método. O método de
avaliação de desempenho através da análise de valor agregado nos permite
calcular o desempenho do empreendimento em determinado momento, integrando
escopo, prazo e custo. Ou como diria meu amigo e colega R. Guzzo, nos permite
verificar o grau de aderência do que está sendo executado em relação ao
planejamento.
Análises simples de previsto x
realizado, não permitem enxergar o todo. Por exemplo, se tenho um projeto com 6
meses de duração com previsão de custo de $100,00 por mês e custo realizado no
terceiro mês de $200,00, pode dar a sensação de economia, já que o previsto era
$300,00 contra $200,00 realizado. Mas quanto foi realmente executado neste
período? É preciso uma análise mais completa para saber se o desempenho está ok
ou não.
A definição de Valor Agregado (VA)
é basicamente quanto vale o serviço executado até o momento, de acordo com o
orçamento planejado. Para avaliação de desempenho, precisaremos ainda de mais
dois valores: Valor Planejado (VP) e Custo Real (CR). Valor planejado é quanto o
projeto deveria ter avançado até o momento, de acordo com o planejado. E Custo
real é quanto já foi gasto realmente.
Para exemplificar melhor, vamos tomar como base um projeto cujo prazo
total para execução é de 6 meses. Neste projeto será feita uma entrega a cada
mês, no valor de $100,00 cada. Vamos supor que nossa análise seja no terceiro
mês, e que foram feitas duas entregas ao custo total de $250,00.
Neste exemplo temos que já foram realizadas duas entregas. De acordo
com o orçamento, estas entregas valem $200,00, que é o meu Valor Agregado (VA).
Como estamos no terceiro mês, esperava-se que três entregas já tivessem sido
feitas, portanto o Valor Planejado (VP) é de $300,00. O Custo realizado (CR) é
$250,00 que foi o quanto se gastou efetivamente. A partir destes dados vamos às
analises.
Índice de Desempenho de Custo (IDC) = VA / CR
Índice de Desempenho de Prazo (IDP) = VA / VP
No nosso exemplo o IDC seria IDC = 200/250 = 0,80. O IDP seria IDP =
200/300 = 0,67.
Embora fosse esperado gastar $300,00
até aquele momento, o gasto real foi de $250,00, porém não quer dizer que houve
economia, pois o trabalho que foi concluído deveria custar $200,00. No final
das contas, o projeto apresenta um desempenho de custo acima do orçamento e um atraso
no cronograma de acordo com o que foi executado até então.
Para cada $1,00 gasto, só houve
$0,80 de trabalho executado. E em relação ao cronograma, o desempenho está indo
apenas a 67% do que era esperado.
Ao detectar estes resultados,
deverá ser feita uma análise para descobrir os motivos de tais variações, para
que se possa corrigir e voltar ao curso planejado ou mesmo revisar o
planejamento. É uma ótima ferramenta para análise de tendências e tomada de
decisões em projetos.
Parece bem simples a aplicação, mas
não se engane. O maior desafio dessa ferramenta de controle, principalmente em
grandes empreendimentos multidisciplinares, é conseguir alinhar planejamento/avanços
com os custos realizados. Por isso o planejamento deve abranger outras áreas
fora o cronograma. Devem ser considerados neste aspecto plano de contas e
apropriação de custos de acordo com as métricas definidas no planejamento para
que seja possível a implementação correta da análise de valor agregado.
Otávio Rios, PMP - Engenheiro Civil e
Diretor Executivo da NORE Engenharia
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