quarta-feira, 16 de maio de 2018

A importância de um planejamento consistente



A importância de um planejamento consistente

Sempre pensei que fosse muito óbvia a necessidade de projeto de engenharia para a execução de construções. Sempre pensei também que a importância do planejamento para sequenciamento e organização das atividades fosse nítida, principalmente nas grandes empresas de Engenharia.
Porém, percebi que nem tudo é tão claro assim. A maioria dos grandes empreendimentos no Brasil atropela, por muitas vezes, algumas etapas importantes do planejamento, iniciando execução com projeto ainda em fase muito preliminar, resultando em uma série de retrabalhos, mudanças de escopo, atrasos, oneração do empreendimento e etc.
Planejar não é simples. É uma tarefa árdua, que exige esforço e dedicação que nem sempre são reconhecidos. É uma fase onde é necessário pré-visualizar tudo que será executado e as possíveis consequências de cada caminho possível de ser seguido, para que se possa escolher a melhor alternativa. Trabalha-se muito e no final das contas, o resultado não é tão visível para o cliente ou mesmo para a empresa (quando não se tem a cultura de planejar), pois a entrega do planejamento não é “obra” e sim estratégia.
Ainda assim, por mais que que o resultado não seja tão visível, é nítido no empreendimento, a diferença de organização, motivação e dedicação da equipe e o objetivo buscado, quando se tem um planejamento consistente.
Infelizmente ainda existe a cultura de que é necessário mostrar as coisas acontecendo fisicamente para “provar” que os trabalhos já iniciaram, mesmo que isso possa ser prejudicial no futuro. Ainda convivemos com pessoas que dizem que “planejamento não faz obra”.
Muitas vezes o próprio contratante pressiona o executor para o início rápido das obras, mesmo sem um projeto maduro e consequentemente um planejamento adequado. Isso acaba forçando o executor iniciar atividades de execução em paralelo ao desenvolvimento e detalhamento do projeto. O risco de mudanças, retrabalho e atraso aumenta muito nessas condições, principalmente em empreendimentos complexos onde existem muitas interfaces e interferências.
Outras vezes, o próprio executor opta por antecipar as atividades de execução para melhorar o fluxo financeiro, medindo atividades que teoricamente deveriam ser executadas mais a frente no tempo e que poderão gerar algum retrabalho. Nesse caso, é uma estratégia de execução, porém, é preciso que a empresa esteja ciente dos riscos que podem incidir sobre o empreendimento ao adotar essa postura.
A estratégia a ser definida deve ser adequada aos interesses e objetivos do empreendimento, e o planejamento deve buscar o melhor caminho para isso. É importante ter sempre em mente que falhar em planejar é planejar falhar.
Planejamento não se resume em sequenciar atividades. É definir estratégia, objetivos, programar recursos, aquisições, etc. E as atividades de planejamento devem ocorrer durante todo o empreendimento, para que a gestão não fuja do controle. Por falar em controle, não existe planejamento sem controle e nem controle sem planejamento. Os dois processos devem ser constantes na vida de qualquer empreendimento.
Um projeto com nível de maturidade elevado e um planejamento consistente permite criar as condições mais favoráveis para se chegar ao sucesso. É possível identificar pontos críticos e riscos negativos com tempo hábil para programar respostas afim de mitigar ou mesmo evitar os impactos. Assim como oportunidades de ganhos ou melhoria de processos também podem ser identificadas, permitindo que se possa explorar estas condições, que talvez não fosse possível se não identificadas com a devida antecedência.
Enfim, com um planejamento consistente, a execução fica muito mais leve de ser conduzida, com maiores chances de sucesso e menor probabilidade de surpresas negativas, sejam retrabalhos, atrasos, aumento de custos, necessidade de mudanças por alteração de projeto, etc.
Para isso, é necessária a compreensão dessa visão e o comprometimento de todas as partes envolvidas. Num cenário em que se busca cada vez mais assertividade, redução de custos e transparência (compliance), pode ser um ótimo momento para melhorar o modelo de gestão.
Não podemos esquecer que a verdadeira engenharia consiste em conciliar o escopo a ser executado com prazo, custo e qualidade requeridos.
Evite dores de cabeça. Tenha um planejamento adequado ao seu projeto! 

Otávio Rios - Engenheiro Civil e Diretor Executivo da NORE Engenharia



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