quarta-feira, 6 de junho de 2018

Falta de Planejamento – Desculpe mas vou falar de política



Falta de Planejamento – Desculpe mas vou falar de política

Na semana passada presenciamos bem o que pode acontecer ao país com a falta de planejamento ou um planejamento mal feito. O Brasil literalmente parou.
Antes de mais nada, preciso salientar que tenho profundo respeito e admiração pelo trabalho dos caminhoneiros. Minha intenção é somente explanar que a falta de planejamento pode trazer riscos enormes para um projeto, uma empresa, um país e para sua vida.

Podemos comparar a gestão do país com a gestão de uma grande empresa. Obviamente cada um tem suas particularidades, mas muitos pontos em comum também.
Em uma empresa, devemos estar sempre atentos para não dependermos de apenas um fornecedor ou cliente apenas. Caso ocorra algum imprevisto, seja por greve, por problemas econômicos, ou mesmo indisponibilidade temporária, a empresa pode ter sérios prejuízos.

O Brasil há muito tempo sofre de uma dependência enorme do transporte rodoviário, principalmente de caminhões.
Claro que falar depois do que aconteceu parece óbvio, mas vamos pensar como uma empresa. Esta dependência é um risco que não deveria ter sido ignorado. Pelo contrário, é um assunto que exige uma atenção especial e ações para mitigar este risco deveriam ter sido tomadas há algum tempo. Não é de hoje que deixamos outras alternativas de transporte de lado e ficamos com o transporte rodoviário como principal. Foi o caminho mais fácil.
Além de termos ignorado este grande risco, ainda temos um agravante. A relação de governo com os caminhoneiros não é das melhores:
As condições de trabalho não são lá grandes coisas. Muitas rodovias estão em péssimo estado, faltam pontos de apoio decentes, combustível caro, sem contar na insegurança que assola o transporte de cargas.

Ok, a greve acabou. Mas o que foi feito para acabar com a greve, no final das contas, não resolveu o problema. Aliás, está longe disso. Fora todo o transtorno para a população.

Um exemplo de alternativa que já deveria ter sido implementada há muito tempo, é o investimento em ferrovias. Um país do tamanho do Brasil, que tem como principais itens de exportação produtos agrícolas, deveria usar e abusar de ferrovias. Tornariam o transporte de cargas mais barato, eficiente e provavelmente as cargas chegariam em melhor estado no seu destino.
Há uma série de vantagens em investir em ferrovias. Apesar do custo de implantação/construção ser bem mais caro que de rodovias, a manutenção é mais barata, o transporte é muito mais eficiente e seguro, sem contar que, com a diminuição de cargas pesadas nas rodovias, teríamos condições de ter estradas melhores. Além da geração de empregos, movimentação da economia, preços mais competitivos das mercadorias transportadas, e por aí vai.

E qual o problema então? Investir em ferrovias traz benefícios, mas a longo prazo. E exige planejamento e gestão integrada do setor público. Infelizmente nossos políticos (em sua grande maioria) estão mais preocupados em ações que tragam benefícios imediatos (para eles mesmo) e que possam possibilitar uma eleição ou reeleição. Por isso digo que podem até ter tido algum planejamento, mas com certeza não foi para melhorar o país


Tudo isso mostra a deficiência do nosso governo em planejar e agir em busca de melhorias reais. E não é de agora.
Como bons gestores, devemos estar sempre atentos ao nosso planejamento e nossas ações para identificar possíveis implicações futuras. Isso deve ser feito constantemente, pois é necessário que possamos adaptar nossas escolhas às mudanças de cenário que nos são impostas.


Deve-se agir tendo como foco a raiz dos problemas e não as consequências ou sintomas. Mesmo que de repente não seja uma ação tão popular que vá atrair votos.
O papel dos nossos governantes é pensar no futuro do país, planejar bem o que será feito para que decisões tomadas hoje permitam que tenhamos um Brasil cada vez melhor amanhã. Precisam fazer o que tem que ser feito! As transições de governo precisam ser planejadas também, para que ao mudar o gestor, os planos de longo prazo não sejam abandonados.
E o povo tem seu papel importante nisso, afinal, somo nós que escolhemos quem vai pensar e planejar por nós. Parece clichê, mas por isso é importante saber as propostas dos candidatos, e avaliar com seriedade. Precisamos escolher pessoas que trabalhem para o benefício do país e não apenas de um grupo.


O Brasil só vai crescer de verdade quando as pessoas começarem a enxergar que o bem-estar pessoal vem com o bem-estar de todos e não o contrário.
O país precisa acima de tudo de investimentos em educação e infraestrutura. Com essas duas coisas, teremos também, como consequência direta, melhorias em saúde, segurança, melhores condições de vida, economia crescente, etc.

Lembrando que prevenir problemas é sempre mais barato e eficiente do que corrigi-los.

Obviamente, estamos numa situação que requer muitas ações de correção também. Para que as pessoas não fiquem desamparadas esperando o país melhorar. Por isso, acredito que seja necessário fazer uma reengenharia no nosso setor público em geral. Reavaliar as necessidades de tantos benefícios, tantos cargos comissionados, tantas pessoas no senado, câmara, etc.

Da mesma maneira que uma empresa não deve ficar dependente de apenas um fornecedor ou um cliente, o país não pode depender tanto assim das rodovias. Não é saudável para o país e nem para os caminhoneiros, nem para o restante da população. E da mesma maneira que é necessário que haja uma diversificação de alternativas, é preciso diversificar as ideias no campo da política também.
A diversificação permite que possamos enxergar novas possibilidades, alternativas que talvez não veríamos sozinhos, diminuindo assim o risco do caos e promovendo melhorias.

Bem, meu foco não é falar de política, peço desculpas por isso, mas foi impossível evitar, já que tudo que estamos vivendo retrata uma grande falta de planejamento. Principalmente porque este ano é ano de eleição.

Não sou político e nem tenho pretensões políticas, mas sou brasileiro. Quero ter orgulho do meu país, pois tenho a certeza absoluta que temos enorme potencial de crescimento e podemos fazer acontecer. Precisamos apenas pensar um pouco mais além de nós mesmos. Seja para votar, manifestar ou qualquer outra coisa que seja. Se planejar ajuda tanto as empresas a se aproximarem do sucesso, a conquistarem seus objetivos, sem dúvida pode ajudar a melhorar nossa vida.

Vamos pensar Brasil! Uma boa gestão depende de um bom planejamento, e isso pode colocar o Brasil nos trilhos.

Otávio Rios, PMP - Engenheiro Civil e Diretor Executivo da NORE Engenharia

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